Misoginia sem misógenos
Em seu discurso de despedida, a agora ex-ministra da Saúde, Nísia Andrade, denunciou uma campanha misógina que a teria derrubado. Não se deu ao trabalho de apontar quem estava por trás de tal campanha.
É estranha essa acusação, dado que estamos em pleno governo do respeito às mulheres, liderado por um partido que luta pelas minorias. Pode ter sido uma campanha liderada pelos homens brancos misóginos do Centrão, mas o fato de ter sido substituída por um homem branco do PT de alguma forma enfraquece essa hipótese.
Isso nos deixa com duas hipóteses plausíveis: ou foi o próprio mosquito da dengue, revoltado com o protagonismo da mosquita, que é quem transmite a doença, ou foi Bolsonaro, que confiou à Fiocruz liderada por Nisia a produção nacional de vacinas. Foi durante o governo misógino de Bolsonaro que Nísia alcançou o estrelato, e isso deve ter sido demais para a misoginia do ex-presidente.
Enfim, são hipóteses, e cabe à ex-ministra esclarecer sobre quem recai a sua acusação.